terça-feira, 16 de julho de 2013

TUMBLR: A ESPERANÇA

Pois é, aprendi a mexer no tumblr!
Viciei no tumblr, para falar a verdade...
Então vou passar minhas coisas para lá, e as fanfics não serão apenas sobre rock!
Deixarei guardada e sem postar por mais algum tempo infelizmente, a fanfiction "Thunderbird".
Estou envolvida em outros projetos no momento e acho que one-shots valem mais a pena.

O endereço é este:
http://rascunhofanfics.tumblr.com/

Ainda está sendo editado, mas quem já quiser seguir, serei muito grata.

domingo, 16 de setembro de 2012

Umas Coisas

Serei rápida:
1. A fanfiction Thunderbird entrou em hiato pois ninguém dá atenção à mesma. Não sei nem se vale a pena dizer que as outras oneshots não recebem atenção também.#bravamode
2. O site em que eu passei a postar as fics de banda, onde realmente receberam alguns comentários não aceitará mais histórias envolvendo músicos e coisas do tipo, o que me obriga a voltar para esse blog.
3. Estou com projeto de postar uma nova fanfiction, sobre outra banda, para ver se a coisa vai para frente. Se não der certo, "todos chora" e pronto, não tem blog, não tem história, não tem nada.

Me desculpem se isso soa grosseiro, mas eu estou chateada com o fato de não poder postar mais no outro lugar.

Um abraço.

domingo, 8 de abril de 2012

THUNDERBIRD - Capítulo Treze

O Aniversário
(05/12/1981)


Randy Rhoads levantou-se da cama vagarosamente. O cabelo liso e bagunçado escorria pelo rosto e ombros. Ele passou a mão pelas mechas, destampando a visão, e abriu as cortinas do quarto. A luz cegava-o temporariamente. Cambaleou até o banheiro e tomou uma ducha fria para acordar completamente. Havia sonhado com Sadie, e as imagens o fizeram sentir saudade; e um grande arrependimento. Resolveu ligar no mesmo momento, e pediu rapidamente os códigos internacionais e serviço de quarto para a recepção do hotel.

Garfo, ovos fritos, garfo, salsichas, telefone, Estados Unidos da América, Los Angeles.
_ Alô?
_ Sadie está?
_ Sabe quantas horas são? Quem fala?
_ Randy.
_ Me perdoe, Randy. Eu sou Johny, amigo de Sadie. Infelizmente, ela não veio dormir em casa hoje e não disse onde estaria também.

Randy surpreendeu-se por não conseguir contato imediato. Momentos depois, deixou o hotel acompanhado de dois dos seus companheiros de banda, Tommy e Rudy. Eles se dirigiram ao local de ensaio, um estúdio mediano, enquanto os preparativos visuais não estavam prontos. Esperavam apenas Don Airey terminar de montar seus sintetizadores.

O guitarrista, porventura, estava inquieto:
_ Qual a diferença de horário entre Los Angeles e Londres? - perguntou.
_ Creio que lá são 7 horas mais cedo. - Rudy respondeu.
_ Droga!
_ Você ligou para a Sadie, não foi?

Ele assentiu, de faces coradas e semblante apreensivo:
_  Eu acho que ela dormiu na minha casa. Aquele homem de quem eu falei atendeu e disse que não sabia de nada.
_ É só ligar mais tarde, 'Rand'. - Rudy tranquilizava-o. - Sharon já esclareceu qual é a dele, certo?

Não houve resposta. Don anunciou estar pronto, e segundos depois Tommy já estava executando a introdução da canção "Over The Mountain". De todos os músicos ali presentes, Randy era o único que havia participado da gravação original de estúdio, porém naquele segundo ensaio, a banda já parecia completamente familiarizada com a partitura. Outras duas músicas do álbum mais recente também estavam sendo trabalhadas, e dependiam apenas do vocalista para aprovação. Valia a pena lembrar que Ozzy Osbourne ainda se tratava contra depressão e não tinha condições de cantar.

Depois de repassarem a lista de músicas, os quatro foram a um restaurante pitoresco, próximo ao monumental 'Big Bang', para almoçar.Todos já estavam se deliciando com seus pratos quando, de repente, Sharon ultrapassa a entrada com pressa e enorme afobação. Ela pegou uma cadeira qualquer e se juntou á mesa onde os rapazes estavam sentados.

Senhorita Arden não prestou cumprimentos:
_ Esses médicos não sabem merda nenhuma!
_ O que aconteceu? - perguntou Randy, assustado.
_ Vou tirar meu Ozzy daquela pocilga! Me disseram que não era possível resolver o problema dele. Bando de salafrários! Ladrões fodidos!
_ Acalme-se Sharon. Quando ele estará entre nós? - indagou Tommy.
_ Hoje à noite! - ela vibrou. - Vamos animá-lo com uma festa de aniversário, que por acaso, será também a festa de Randy.
_ Hum, não sei se é uma boa ideia expor Ozzy à tanta agitação. - Rudy se preocupou.
_ Não será grande coisa. Conheço um pub ótimo para essas ocasiões, com alguns agrados para vocês...


Randy se imaginou em outro clube de strip-tease onde algo bizarro aconteceria, assim como em duas outras experiências anteriores. Implorou baixinho para que Sharon não exagerasse no ideal de comemoração. Após a refeição, Randy deixou o grupo, saindo sozinho pelas ruas londrinas e descansando á beira do Tâmisa. Acendeu um cigarro e passou a aproveitar a vista. Nos últimos dias, seu estresse comum de viagens tinha piorado por causa de Sadie. Ele não podia voltar atrás e se desculpar por pensar coisas tão medíocres. Tudo que lhe restava era continuar a fumar.

Não era desse jeito que ele esperava "festejar" seus 25 anos de vida.: em um bar, bebendo, observando Ozzy debruçado com a testa na mesa e garçonetes de roupas curtas se exibindo e roçando em seus companheiros de banda. Sharon tentava alegrar os dois aniversariantes ao máximo, dando-lhes presentes. O vocalista ganhou um relógio de brilhantes e Randy uma bolsa gigantesca de couro:
_ A sua está muito velha Randy, e sem espaço para todos aqueles cabos.
_ Obrigado, Sharon. - agradeceu, estudando o presente.

Uma pessoa fez soar o sino da porta, quando entrou no pub, mas ninguém deu atenção a não ser a empresária:
_ Randy, tem algo a mais que eu gostaria de mostrar... - ela segurava sua mão.
_ O que é? - ele fez uma cara preocupada.
_ Você não precisa fingir que está feliz, eu sei que não está.
_ E eu?! Esqueceu que eu existo? - berrou Ozzy, parcialmente acordado.
_ Cale a boca Ozzy! Eu faço tudo por você! - ela gritou de volta. - Bom, Randy, eu acho que você se sentiria melhor se olhasse para trás...

Sadie estava lá, a alguns metros de distância apenas, paralisada. Randy não se mexeu também, e mal podia acreditar que aquela figura de cabelos negros escorridos, olhos que cintilavam em lágrimas, e de vestido azul era sua garota. Rudy o beliscou, o guitarrista tomou um susto e se levantou, derrubando um copo no chão. Sadie também saiu do transe espectatorial e saiu correndo para fora. Ela não pode ir muito longe. Randy puxou-a pelo braço antes que virasse a rua. Ele a prensou contra um poste e então os dois se abraçaram e se beijaram loucamente. Cada toque tinha gosto de saudade, de paixão.

Ela ainda chorava:
_ Calma, Sadie. Está tudo bem, estou aqui.
_ Desculpe-me pelo drama... e feliz aniversário.
_ Obrigado.
_ Sua família mandou presentes, mas eu não puder comprar que representasse o quanto eu te amo.
_ Não se importe com isso, eu já tenho o melhor presente de todos: você.


Graféas

domingo, 1 de abril de 2012

THUNDERBIRD - Capítulo Doze

Contagem Regressiva
(30/11/1981)


Antes de partir, Randy confiou os cuidados de sua casa a seu irmão Kelle e os tratos de seu GTO à Sadie. Ela não sabia dirigir, mas respeitava a paixão de seu namorado pelo veículo.Os "guardiões" encontraram-se no casarão cerca de três vezes depois da partida do guitarrista. Não conversavam muito, mas Sadie precisava avisá-lo da visita que faria. Randy adoraria receber cartas e lembranças de sua família:
_ Estou indo à Europa para ver Randall.
_ Isso é ótimo! - Kelle sorriu. - Poderia levar alguns presentes de mamãe e Kathy?
_ Presentes? - ela quase se esqueceu... - Sim, claro! - Sua viagem coincidiria com o aniversário dele.

Sadie sentia-se na obrigação de dar um presente digno a Randy. Afinal, depois de tanta coisa que ele já fez por ela, uma demonstração de sua felicidade ao lado dele era mais que justa. Como o dinheiro não era muito, optou por algo que tinha certeza que usaria: filmes fotográficos. Ele sempre adorou fotografar para se livrar do estresse das viagens. Depois de tanto tempo, era possível que precisasse de alguns refills. Faltando apenas uma semana para o grande momento, Sharon passou a ligar todos os dias.

Sharon mantinha Sadie atualizada de todos os acontecimentos. Se ocorresse algum imprevisto ou emergência o contato entre as duas seria crucial. Os pais da jovem apaixonada não faziam ideia de seus planos enquanto Johny se desesperava de curiosidade cada vez mais. Ele enlouqueceu quando percebeu que malas estavam sendo arrumadas. Tudo que queria era saber o que estava acontecendo, mas tinha medo de ser taxado como enxerido.

Era horário de almoço quando Sadie estava pendurada ao telefone:
_  Olá Sharon. Como vão as coisas?
_ Acho que está na hora de você saber... - a empresária suspirava pesadamente. - Ozzy está se tratando de uma depressão intensa.
_ Oh meu Deus! Como os rapazes reagiram?
_ Randy é o mais preocupado... mas Ozzy vai se safar dessa, ele sempre consegue se safar.
_ Espero que sim... eu ainda quero ir.
_ Tem seu passaporte?
_ Sim! - Afirmou Sadie convicta.
_ Passagens?
_ O correio entregou hoje.
_ Endereço do hotel?
_ Anotado.
_ Perfeito! - Sharon estava feliz. - Randy terá uma bela surpresa!
_ Espere... você não avisou? - Não obteve resposta. A ligação havia caído.

Sadie retornou á refeição com Johny, visivelmente intrigado. Com os cotovelos apoiados na mesa, ele mastigava mais devagar que o costume, como se a comida estivesse ruim. Engoliu com força. De repente bateu as mãos na madeira, fazendo um estrondo:
_ O que está havendo? - Exigiu ele.
_ Abaixe o tom da sua voz.- Sadie replicou.
_ Você fez algo errado? Aquela mulher não para de ligar, e outra: em que isso está relacionado ao seu namorado?

A primeira reação de Sadie foi explicar a reação como ciúme. Antes que pudesse respondê-lo, Jonhy continuou o desaforo:
_ Já que somos tão amigos, deveríamos nos confiar mais, não é mesmo? Você não divide nada comigo. Quem é esse seu amante? Um ladrão? Por que está arrumando as malas? Vai fugir? Estou me sentindo um estranho perto de quem eu julgava ser mais próxima e mais querida. Não sei o que você representa para mim agora

Johny estava, em grande parte, correto. Sadie contou então só o básico e foi o bastante para satisfazer a curiosidade do amigo. Passaram a tarde toda trocando memórias de shows e festas que frequentavam para ver a banda Quiet Riot tocar. As descrições renderam dias. Ao mesmo tempo, Sadie estava pensativa. Ela não sabia que Jonhy era tão festeiro, e por isso achava que sua versão do episódio no qual foi expulso de casa estava mal explicado.Porém, aquele não era o momento certo de abordar o assunto. O melhor era não atrapalhar a paz recém estabelecida no ambiente.

A espera de Sadie finalmente terminava. O frio na barriga e a insegurança eram crescentes. Randy tinha que saber pessoalmente que era o único homem capaz de colocá-la fora dos trilhos e deveria ser esperto o bastante para perceber tal coisa. Afinal, Sharon já esclareceu a confusão e não havia mais nada a fazer a não ser continuar bolando suposições...até que se encontrem cara-a-cara de uma vez.

Graféas

quinta-feira, 8 de março de 2012

O Morcego

Era uma vez um mamífero voador chamado Morcego. Um morcego comum, de orelhas não muito grandes e tamanho médio. Ele vivia em um beco com a sua família de morcegos. Todas as noites eles saíam de seu esconderijo, comiam muitos insetos e voltavam antes do sol aparecer. Todos os irmãos do Morcego estavam felizes com suas vidinhas; pra quê reclamar com a pança cheia de mariposa?

O sonho de Morcego, porém, era outro. Ele queria ser famoso, reconhecido por seu talento nos ares e sonar aguçado. O Pai dizia:
_ Meu filho, esqueça essas coisas. Você não precisa provar a nenhum chiroptera seus talentos.
A Mãe chorava:
_ Você não pode abandonar sua casa e quem te criou com tanto amor!
Os irmãos alertavam:
_ Morcego atrevido é morcego morto!

Todas essas palavras passaram por uma asa e se foram pela outra, e Morcego continuava a planejar sua trilha para o sucesso. Eram tantos outros morcegos como ele, tantas outras espécies, tantos outros territórios. Eles precisam conhecer o dom absoluto de Jack Morcego Rhinopomatoidea Rhinolophoidea Vespertilionoidea Molossoidea Nataloidea Noctilionoidea Jones. Depois de tanto pensar, a única solução em sua cabecinha era fugir.

Morcego voou, caçou, descansou, e voltou a voar. Era a grande aventura de sua vida. Chega de família, chega de regras! O mundo precisa ser explorado, vivido. O jovem mamífero alado estava satisfeitíssimo com suas escolhas, e ao longo de sua jornada foi conhecendo outros morcegos; que comiam frutas, vermes e bebiam sangue. Em uma de suas paradas, um morcego branco e velho o acolheu. Muito sábio, deu alguns conselhos:
_ Você foi muito corajoso, meu jovem, mas corre grande risco.
_ Parece um de meus irmãos...estou bem e saudável. Nada me acontecerá!
_ Se eu fosse você voltaria "zunando" para sua casa. Evite ao máximo a trajetória do show de hoje à noite.
_ Um show? Agora? - os olhos de Morcego brilharam. - É minha chance de ser famoso.

Foi uma pena o velho não ter lhe avisado que não era um show para ele. Ao voar para o evento, Morcego assinou sua sentença. Quanto mais se aproximava, melhor podia ver que não havia nada além de humanos em fila; cabeludos, gritando como loucos. Assustado, distraiu-se e bateu num poste, o que o fez cair. Tonto, perdeu o sentidos e desmaiou. "Morcego atrevido é morcego morto, morcego atrevido é morcego morto", sua subconsciência refletia.

Uma mão agarrou o corpinho grogue e guardou-o no bolso. Momentos depois, o bichinho acordou: se sentia sufocado e o lugar onde estava sacolejava bastante. Era o inferno em vida. A dívida paga por desobedecer sua família. Sua aventura de repente não valeu mais a pena. Ainda havia um som estridente no ar. Batidas, e outros sons de timbres complexos e irregulares deixaram Morcego ainda mais desesperado. A agitação parou de repente e uma voz gritava:
_ Do you wanna go Crazy?? Is everybody high?? Do you wanna be like me?? So let's go Crazy Train!
_ É o Tinhoso que veio para me buscar. - Morcego raciocinou.

O barulho perturbador voltou ao máximo, e sem aviso, dedos invadiram o espaço ocupado pelo animalzinho e o seguraram. O braço se esticou ao máximo, e  Morcego via cabelos, muitos cabelos. Vozes saíam desses cabelos e ele achou que eram todos cães do inferno. A mão se esticou para trás e com um impulso forte, na direção contrária, lançou o pequenino ao desconhecido. Para piorar ainda mais sua situação, o próprio Coisa Ruim tirou-o do chão e lhe fez uma careta antes de abocanhar sua cabeça.

 O assassino largou o cadáver no chão e olhou para sua direita. O baixista e o tecladista viraram o rosto para não ver mais nada. Olhou para a esquerda e seu guitarrista magrinho loiro segurava sua ânsia para conseguir terminar a canção. Olhou mais atrás do palco e uma mulher com cara de coruja esgoelava chorosa:
_ Ozzy, não!!! É de verdade, é de verdade!!
_ O quê?

Assim Morcego morreu, mas não em vão. Ele se foi e ao mesmo tempo conseguiu o que mais queria, fama. Os fatos são verdadeiros, a notícia esteve em todos os lugares, e a lenda permanece até os dias de hoje.

Graféas

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

sábado, 22 de outubro de 2011

THUNDERBIRD - Capítulo Onze

Duas Chamadas
(18/11/1981)


Passaram-se três dias. Sadie não podia ligar pois ele não estava mais em Los Angeles. Ela acordava entristecida, porque não tinha notícias de Randy. Nem sua família sabia de seu estado, se a banda estava descansando em lugares apropriados e confortáveis, se a comida era boa, se os shows estavam esgotados e se havia diversão apesar dos problemas que poderiam surgir.

Um cheiro agradável no apartamento fez a sensação alvitante minguar. Era Johny na cozinha, revelando-se um ótimo chef. Ao escutar um enérgico "Café na mesa!", Sadie deixou seu quarto e deparou-se com um prato de ovos mexidos acompanhados de bacon e salada de maçã e banana para equilibrar a refeição. O hóspede se orgulhava do trabalho com os elogios que recebia:
_ Minha nossa, Johny! Onde você aprendeu a fazer uma comida tão boa?
_ Antes de me enxotar, vovó me ensinou umas coisas.
_ Ainda não entendo porquê ela te expulsou. 
_ Ela é bem tradicional. Deve ser difícil ter um único neto homem... e diferente.
_ Você encara isso como se você fosse uma aberração. Perto de mim não precisa se preocupar.

De repente, batidas frenéticas ecoavam da porta da frente. Desavisado, Johny apressou-se para abrir. Era tarde demais para Sadie impedí-lo. Valentina irrompeu no cômodo principal como um tiro de revólver:
_ Ué?! Johny?
Em menos de cinco segundos, a menina decifrou a cena da forma que lhe foi mais óbvia e conveniente, para o azar de todos:
_ Sadie, o que ele está fazendo aqui? Oh, não... vocês dois...
_ Nós dois nada! - gritou Sadie. - Sou eu e só eu, ele e só ele.
_ É só até eu achar um lugar para morar. - manifestou-se Johny.
_ E ninguém me fala nada!

Sadie teve de explicar toda a história não só à caçula, mas também à Hope. Felizmente, não houve reclamações. A irmã mais velha também quis saber se ele tinha emprego, já pensando em contratá-lo como vendedor na "Loud":
_ Ele adoraria! - Sadie exclamou. - Mas ele não tem prática como vendedor.
_ O que ele anda fazendo?
_ Jonhy trabalha no petshop que fica algumas quadras do condomínio.
_ De qualquer modo, avise se ele tiver interesse.

Ainda antes da loja fechar receberam uma visita dos pais, que nada gostaram de saber que Sadie passou a dividir o apartamento com um rapaz desconhecido a eles. Perguntaram o quanto ela cobrava pela estadia do hóspede, com o dinheiro ela poderia ter uma "vidinha menos medíocre". A jovem desviou o olhar para qualquer direção que não fossem os olhares de seus familiares, e se dirigiu para a saída.


Uma sopa a estava esperando quando ultrapassou a porta. A primeira coisa que Jonhy notou foram as expressões aturdidas da amiga. Ela se sentou silenciosa, e apenas brincava com a colher, enquanto remexia os cabelos:
_ Sadie, seu prato vai esfriar.
_ Me desculpe, perdi a fome. Contei à minha família sobre você.
_ Eles desaprovaram, não é mesmo?
_ O apartamento é meu, nele mora quem eu quiser. - Sadie respirou fundo, encarando a sopa. Ela sabia que Johny ansiava por sua opinião. - Estou cansada da minha vida. Preciso dar um tempo daquela gente.
_ Ficar sem comer não vai adiantar muita coisa agora. - o argumento final a venceu.

Às 9 da noite, enquanto Sadie tomava uma ducha, o telefone soou. Johny, que arrumava seu colchão na sala de estar, desfez tudo ao prensar seus pés nos lençóis.
_ Alô!? - vocalizou, esperando alguns segundos antes da resposta.
_ Eu...err...Eu gostaria de falar com Sadie Bunker. - disse uma voz calma e despolida.
_ Ela está ocupada agora. - Johny respondeu, abstraído da identidade do telefonista. - Quer deixar recado?
_ Eu não posso demorar muito, estou ligando de longe.
_ Ela realmente não pode atender. - Jonhy não conseguia ver se Sadia havia saído do banheiro.
_ Obrigado, desculpe o incômodo. - despediu-se, com tom de desapontamento.

Quando Johny finalmente terminou de arrumar seu colchão, Sadie apareceu e ele lhe contou o ocorrido. Havia certa ironia em sua voz, já que não se deve ligar para alguém tarde da noite. Ao imitar a voz do estranho,  a moça teve ainda mais certeza que era Randy tentando se comunicar de algum lugar da Europa. Ela se desesperou, mas não podia culpar Johny, totalmente por fora da situação.

No dia seguinte, Johny saiu cedo para trabalhar, e Sadie ainda estava em casa. Ao se arrumar para o serviço, ela se imaginou no lugar do distante namorado. O que Randy poderia ter pensado ao escutar não a sua, mas a voz de outro homem? A dúvida se instalou, "Ele deve achar que eu o traí".

Á tarde recebeu na 'Loud' uma visita surpresa de Kevin DuBrow. Ele tinha uma nova banda, e continuava tocando músicas da falida Quiet Riot nos bares e clubes da cidade. Percebia-se que nada havia mudado financeiramente. Dependia do cachê de cada apresentação para viver e pagar o aluguel. Ele veio por um espaço no mural de divulgação de eventos, na porta da loja, e também para matar a saudade de Sadie. Ela lhe contou sobre sua relação com Randy, e antes de sair Kevin deu a notícia de que o casamento com Jolie tinha que esperar por um momento mais apropriado. "O dia em que eu colocar a mão no bolso e encontrar umas notas sobrando".

Hope atendeu a um telefonema. Afobada, chamou:
_ Sadie! Uma tal de Sharon Arden quer falar com você!
_ Oh, meu Deus! - ela disparou, e agarrou o telefone.
_ Sadie? Está aí?
_ Estou bem aqui.
_ Bom, é o seguinte: Ontem Randy manifestou desejo de ter você conosco e hoje cedo não tocou mais no assunto. Depois ele contou que ligou para seu apartamento. O que houve?
_ Sharon, ocorreu um grande engano. Este cara está morando no meu apartamento porque foi expulso de casa. - Sadie terminou a sentença num sussurro.- Ele é gay.
_ Pobre Randy... está tristonho. - a voz da empresária era sincera.- Temos que resolver isso! Se achar conveniente, posso te colocar num voo para Londres dia 5 do próximo mês.
_ Eu aceito.
_ Ótimo! Ligarei mais vezes.
_ Não sei como agradecer, Sharon. Diga a Randall que eu o amo.

Mais uma vez, a vida de Sadie passaria por turbulências. Hope exigia saber quem era a senhoria Arden, o que ela queria, para onde sua irmã iria. A única coisa que Sadie tinha certeza era que ninguém a impediria de seus planos.


Graféas